Alunas de Três Marias (MG) criam projeto que incentiva o esporte entre as meninas da escola e mulheres da comunidade.
Apesar de estudarem em uma escola que valoriza e acredita no esporte como possibilidade de integração social, um grupo de alunas de Três Marias (MG) percebeu que as aulas de educação física regulares não atendiam suas necessidades. Acreditando em sua capacidade de fazer mudança e transformar o entorno, se juntaram e criaram um grupo de futebol só para meninas de sua escola e mulheres da comunidade. Como resultado da mobilização das estudantes, o projeto “Fut Elas” foi um dos finalistas do Desafio Criativos da Escola 2017.
O projeto conta hoje com cerca de 30 integrantes. “Temos até alunas e mães que vêm de outros bairros [fora do horário de aulas] para jogar!”, menciona um dos professores que orienta a iniciativa, Waldney da Silva.
Esporte que empodera
A aluna também participante da ação, Eduarda Gomes, conta que nos primeiros meses de atuação do projeto, houve preconceito por parte dos meninos da escola. “Os meninos não acreditavam muito que a gente jogava bem. Participar da iniciativa foi bom pra gente perceber que podia jogar tão bem quanto eles ou até melhor, e mostrar pra sociedade que a gente tem capacidade [o suficiente] para ocupar o espaço da quadra”, diz.
Graças ao projeto, segundo a diretora e mãe Alzeni, a escola mandou um time feminino de futsal para um torneio esportivo estadual. “Elas foram muito bem [no torneio], inclusive passaram da etapa municipal para a regional da competição. Já o time masculino não!”, relembra. O “Fut Elas”, de acordo com ela, abriu portas tanto para as mulheres adultas participantes, quanto para as jovens estudantes acreditarem em suas capacidades, independentemente do que pensavam e diziam os garotos da escola.
Chegando a um consenso
Conseguir os materiais necessários para a execução do projeto — como bolas e coletes —, de acordo com o grupo, foi um dos maiores desafios. Waldney conta que os envolvidos no projeto não tiveram outra alternativa senão tirar a verba necessária para a realização da iniciativa de seus próprios bolsos.
Segundo a aluna Vitória, o grupo precisou se esforçar também para chegar a um consenso sobre o horário das partidas, já que cada uma podia em um momento diferente do dia. Em comum acordo, elas optaram por se reunir sempre durante a tarde, período em que a maioria teria disponibilidade.
As estudantes seguem em busca de parcerias para que haja apoio financeiro e possam comprar materiais melhores para as atividades em 2018. Para Vitória, uma das prioridades é aprimorar as condições da quadra em que as partidas são realizadas, uma vez que o espaço ainda não possui bebedouros e nem vestiários.
Redação: Luiza Geiling Cruz
Edição: Gabriel Salgado
Imagens: Divulgação
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